Paulo Naoto Tyba
* São Paulo 7 JULY 1951
+ Curitiba 7 JUNE 2010
I met Paulo Tyba in early March 1967. We were in the same class at Colégio Estadual Carlos Maximiliano dos Santos, in Vila Madalena, São Paulo.
The school system in the 1960s was different from today. We had 4 years at Elementary School (Escola Primária or Grupo Escolar); then students took an examination test - Admissão-ao-Ginásio to get into High School which were 4 more years. After Ginasium came 3 more years at Colégio (Senior High School). Then if one wanted to go to university one had to take a college-entrance-examination and take the proper steps.
In 1967, I was at the fourth (and last) year of High School). Everyone was really excited because it felt like the end of the line.
I would turn 18 years-old in May... which meant I was too old to be in Ginasium but actually it didn't feel this way because most students at Night School lagged behind day-time students anyway. So I was one more in the crowd.
Paulo was 2 years younger than myself. He had come from the day-time regular course because he had been deemed indisciplined by the school authorities. They thought if Paulo joined a night-time course mingling with older people he would behave better.
We became fast friends in a very short time. Paulo was a fan of The Beatles. Nothing special about that. Only I had been a sworn enemy of the Fab4 because of my allegiance to Rita Pavone, the Italian teen-age rock singer that had been an European sensation since 1963. I didn't tell Paulo I used to 'hate' The Beatles. Actually, I never 'hated' The Beatles... it was only a fan-club war that erupted between the two fan-clubs fuled by a radio station that profited from the spat.
I had been a fan of Rita Pavone since 1964, but I knew The Beatles were something special. Especially after they released 'Rubber Soul' there was no way I could deny that.
We had a very close and intense friendship that spanned 1967, 1968 and 1969. Then, we sort of drifted away and in late 1971, I went to live in the USA and we lost contact altogether.
I came back to Brazil in 1973. Paulo and Myself saw each other for the last time on Christmas night 1973. We had not seen each other for more than 2 years and we were destined never to see each other again. I went back to the USA and later I moved to Sydney, Australia.
I met Paulo again through Orkut in 2008. We started writing each other as if we had just said 'good-night' the night before. Thirty years to us was nothing.
And here I post the messages we sent each other during almost 2 years until Paulo passed away in 7 June 2010. Some of the messages have been lost when my old computer died of natural causes. The back up I sent Gmail for storage somehow didn't get there safely and something have been missing in the transfer.
Oi Lú !!! 23 Sept. 2008.
Interessantissimo, a sinergia que se refere esta reportagem. Outro dia lembrei de conversas místicas que tinhamos há 41 anos, e que talvez naquele momento aparentassem conversas ‘nonsense’ entre dois adolescentes. Passados todos estes anos percebo que determinadas ligações são atemporais e transcendem tempo e espaço. Carl Jung dizia em sua sincronicidade de que não existe coincidência e que todas as energias fazem parte de um inconsciente e a toda hora podem manifestar se no presente.
Devo dizer que se eu te influenciei no modo Beatle de ver certos aspectos musicais, você influenciou minha maneira de enxergar a vida, principalmente a libertação de preconceitos que norteiam a vida e são extremamente prejudiciais a quem, como eu, quer enxergar a vida destituida de opiniões preconcebidas e pré-estabelecidas. Naquele tempo foi dificil para mim, de formação oriental, compreender as diversidades e o respeito que devemos de Ter. A isto sou eternamente grato a você !!!
Quando você vem a Curitiba me visitar?
Não sei se nesta existência a gente vai se encontrar novamente de corpo presente, espero que sim, pois temos ainda muita coisa para conversar. Depois dos 40, ou 50, ou 60 ainda 70, temos que lucrar mais ainda, rsrsrsrssrsr.
Não sei se nesta existência a gente vai se encontrar novamente de corpo presente, espero que sim, pois temos ainda muita coisa para conversar. Depois dos 40, ou 50, ou 60 ainda 70, temos que lucrar mais ainda, rsrsrsrssrsr.
Grande abraço, Paulo Tyba
Oi Paulo,
Puxa, é verdade. Eu até tinha esquecido que nossas conversas eram, realmente, místicas. Quando te conheci eu estava no começo de um redemoinho mental, que demorou quase 2 décadas para eu ‘sair’, se se pode chamar de ‘sair’. O que posso dizer é que só depois dos 33 anos eu comecei a me ‘assentar’, mas na verdade, só depois dos 40 eu conheci um pouco de ‘peace of mind’.
Gostaria muito de ir à Curitiba te visitar, mas a grana, como sempre, está curta. Estive uma vêz em Curitiba, nos anos 90, fui até Piraquara atrás de uns parentes de minha avó paterna, que ainda viviam, mas já morreram.
A ultima vez que nós (eu e você) nos vimos foi no Natal de 1973, portanto há 35 anos. Você tinha passado o Natal com um pessoal lá no Caxingui ou Vila Sônia.
Sempre me lembro de você quando passo na rua Teodoro Sampaio, 2.152. Eu trabalhei no 2.112 quase 7 anos.
As vêzes, quando vou a Osasco, me lembro tb., pois v., certa vez, me levou para conhecer uma sua namorada que vivia na Vila Yara. Era uma loirinha.
Você não sabe quem mora no mesmo bairro que eu? A Fátima, filha da dona Olga, que v. sempre brincava que era russa (também com esse nome!) e chamava-a de Camarada Olga!
Eu não cheguei a ver a Fátima, mas quem me contou foi uma menina [agora senhora] negra chamada Cecília, que morava na rua Simpatia e foi uma das primeiras a mudar-se aqui para Rio Pequeno. Esse bairro é o ultimo de S.Paulo, antes de se chegar em Osasco. Ela casou-se com o Sergio, que sempre usava óculos verde-escuro e nunca ria. Me parece que tiveram duas filhas. Isso já está parecendo coluna de fofoca de jornal.
É um prazer estar em contacto contigo. Enquanto estivermos respirando, estamos aí.
Um abração a você também, Lu.
Lú !!! 23 September 2008.
Infelizmente não tenho boas novas. Ontem, 22 de Setembro de 2008, me internei para realizar uma angioplastia, já que algumas artérias deste viejo corazón estão bem entupidas. Haja costelas assadas, cervejas e "branquinhas"! Seria a segunda desta intervenção que me submeteria.
Fui surpreendido com a terrível noticia de que não adianta realizar a angioplastia, tenho se quiser tentar sobreviver, colocar pontes de safena. Confesso que ao longo de todos estes anos onde minha maior busca foi tentar ser ‘very strong’, me balancei. Não caiu a ficha e devo te dizer, 'tou bem apavorado; e pior, a operação em caráter emergencial está marcada para o dia 29 de Setembro, na parte da manhã...
Que tal apanharmos cascas de banana para removermos as películas, assarmos num forno, para vermos se Donovan tinha razão com o seu ‘Mellow Yellow’. De preferencia no fogão da Si e da Clau, ao som do Visgovino assobiando velhas canções (isto já era na Simpatia). Me lembrei disso tudo para desbaratinar assuntos que gostaria de adiar, e pela primeira vez, NÃO POSSO!!!!
De qualquer maneira, quando me lembro de determinadas situações passadas, começo a rir sozinho. A gente era muito louco das idéias. Por isso não me arrependo desta vida louca. Já vivemos loucuras que nem Federico Fellini poderia imaginar. Por falar em filmes, lembra do ‘Teorema’? O quanto você gostava da loucura do Terence Stamp no final do filme? Estas imagens de velhos tempos, como vc. diz, ‘a blast from the past’, são impagavéis. Nada no mundo pode compensar estes pequenos momentos vividos...
Quanto à Fátima, a última vez que falei com ela foi em 1987. Havia se separado do Sergio e vivia com o ‘non sense’ que marcava muito sua personalidade.
Espero de coração que a gente possa um dia relembrar toda uma vida que passamos, embora não presentes todo o dia, ficaram para sempre gravadas em nossas vidas.
Espero de coração que a gente possa um dia relembrar toda uma vida que passamos, embora não presentes todo o dia, ficaram para sempre gravadas em nossas vidas.
Espero que a banda, que o Lennon e o Harrison estão formando além, não conte comigo para apresentações tão cedo. Um forte abraço, Paulo Tyba.
Por enquanto ainda 'tou por aqui, na realidade estou adiando o máximo que posso para não realizar a "abertura do peito" , sempre fui um cara de peito aberto mas não tou afim de ser literalmente , por enquanto tenho passado minha vida diante do computer , e feito um flash back completo , o que já é natural para um canceriano rememorador.
Tenho ouvido old songs que invariavelmente trazem lembranças: ‘Piangi con me’, the Rokes, se lembra? Se ti fanno um pò soffrire, io sofro come te...
Faz tanto tempo, que até parece extraído de uma outra vida. Cenas de 'Historias extraordinárias' de Edgar Allan Poe ou do ‘Anjo exterminador’.
Beatles, quase que uma missa na minha vida, ouço o dia inteiro, "novas" canções, pelo menos o Karma de não conseguir juntar discos dos Beatles me livrei. Não tinha cash nem para viver; vendi muito disco dos beatles para almoçar ou jantar. Hoje tenho tudo e mais alguma coisa; quanta pirataria, bootlegs que em minha mocidade nem imaginava que existia; por exemplo, McCartney cantando ‘I'm so tired’, tirando o maior sarro do Lennon.
Escutei outro dia as versões de ‘Sexy Sadie’ e me lembrei muito de você. Se lembra que vc. não queria dar o braço a torcer, e não achava Beatles o must, mas disfarçadamente curtia, e até gostava falava que que ‘Sexy Sadie’ era uma "boa canção", e me deixava, no íntimo, puto da cara, pq, para mim, Beatles sempre foi sinônimo de musicalidade e de bom gosto. Não sei se é impressão minha, mas me parece que estas épocas vividas foram mais consistentes, mais resistentes.
Você me falou em outro email sobre a Fatima, e que ela estava morando perto de você. Eu já estive onde ela mora (se é que ela não mudou); era num conjunto residencial, prédios de 3 ou 4 andares no Rio Pequeno. Isto em 1984, quando cheguei a frequentar a casa dela com certa frequência. Me lembro que ia para lá pela Raposo Tavares e não pela Autonomistas, (referencia que vc. fez da Vila Yara). Foi, creio eu, a minha época de ostentação; andava naquela época com carrão importado, o que era raro em 84. Não posso reclamar da vida; vivi várias vidas numa só. Liquidação, Liquidação, Viva Várias Vidas ao Preço de uma Só!!!
Lú, posso te pedir um favor? Me escreva, me responda. É uma forma que tenho de me manter plugado a esta vida, e só me faz bem.
Tenho pedido a alguns amigos que me escrevam. Isto já é suficiente, neste momento. Um grande abraço, Paulo Tyba.
Quando você citou o nome do Visgovino quase que eu tive um ‘tróço’, pois v. deve ser a única pessoa viva que ainda se lembra dele. Lembra-se do Nino? Ele foi assassinado em 1978 – um tiro no olho! Lembra-se do Paulo Marcelo, que morava nos fundos, lá da rua Simpatia? Dizem que ele estava trabalhando de motorista de taxi e foi assassinado também.
Fatima mora na mesma rua que Cecília, aquela menina negra que morava na rua Simpatia. Acho que v. não a conheceu, pois ela em 1967, ela já estava de malas prontas para mudar-se para o Rio Pequeno. Cecília tinha estudado no Ginásio Machado de Assis, que ficava na rua Simão Álvares, pertinho da casa da sua Tia. Gozado né; Cecilia e Fátima moraram na mesma rua em 1964 e na mesma rua em 2004.
Sim, eu era assim mesmo... não queria admitir que os Beatles eram os bons. Sabe quando eu tive que dar ‘o braço a torcer’? Foi bem antes de te conhecer. Eu dei meu braço a torcer quando ouvi John Lennon cantando ‘Girl’ pela primeira vez. Quando ouvi aquela parte onde tocam bandolim... ah, eu tive várias reações adversas... mas como nunca menti a mim mesmo, eu tive que admitir que 'aquilo’ não era normal.
Daí quando te conheci, não deu mais. Mas mesmo assim eu tinha que continuar a ‘manter as aparências’, de gostar de musica italiana, etc. Coisas de Touro, que são muito conservadores. Só que eu sou um Touro gozado... eu vou mantendo as aparências até não agüentar... daí eu jogo tudo p’ra cima, chuto o pau da barraca.
Sim, me lembro muito bem daquela época. Me lembro o dia que v. apareceu em casa com o ‘Sgt. Pepper’s’. Mal sabia eu que lá no Primeiro Mundo estava havendo uma Revolução no chamado ‘Summer of Love’, que foi justamente Maio a Setembro de 1967. E aqui no Brasil a gente vivia num Atraso de fazer dó. Um abração, Lu.
P.S.: que fim levou aquele seu amigo que morava na Vila Beatriz... o Aloisio?
Rua Fradique Coutinho - vendo-se o bonde no. 28 (Praça Ramos de Azevedo) passando a rua Aspicuelta e vindo em direção à rua Ignacio Pereira da Rocha.
Lú, esqueci : Antes da Theodoro Sampaio, 2152, morávamos na Rua Ignacio Pereira da Rocha, 172, entre a Fidalga e a Fradique Coutinho; o sobrado ainda existe ou pelos menos existia até 1995.
Estudei o primario no Grupo Escolar Brasilio Machado, na rua Morás, final da Morato Coelho, na epoca que passava o Bonde 28-V.Madalena, não sei se o bonde foi da sua época da Vila Madalena.
Você se lembra da nossa classe de 1967 ? Lembra dos colegas que estudavam com a gente tinha a Fatima, o Sergio, a Vilma, irmã do Valter Fordeco (eu tocava na banda dele o Apollo Som), a Lourdes, a Nicélia, a Irene e a amiga dela a Ana Maria, que tinha um irmão que chamava Milton?
Lembra, pois é, a Ana Maria e o Milton eram filhos do Jacinto, que era inspetor de alunos, se situou?
Pois é aqui em Curitiba, encontrei o Eduardo que era sobrinho do Jacinto (eu na época não era amigo do Eduardo, ele era mais amigo do Aloisio, que você perguntou outro dia). Estamos tocando juntos, chegamos a formar uma banda, inclusive no meu CD ele participou junto.
O Milton que seria primo dele, filho do Jacinto, não sei se você consegue lembrar dele, faleceu outro dia. Acho que você se lembra mais da Ana Maria, irmã dele (uma loira que vivia de mini-saia, era frequentadora da casa da tua tia Dulce, ela andava muito com a Néia e a Glória - outra amiga delas. Para você ver como este mundo é gigantesco, mas muito pequeno. Tchau, Paulo Tyba.
Dear Paulo,
Me lembro da filha do Jacinto, mas não do filho. Nem sabia que ele tinha filho. P’ra v. vê como a gente pode ser alienado. Da Wilma eu me lembro bem. Na 1ª série eu caí na classe do irmão da Wilma, não me lembro do nome dele, mas ele era amigo do João Miguel.
Aparte essa gente não consigo me lembrar de mais ninguém. Eu tinha uma foto da classe, mas mandei para um correspondente meu italiano.
Você se lembra dos professores de 1967? Eu me lembro que havia uma professora de História que conversava com você em Inglês, e a classe ficava ‘babando’. Quem era essa professora? Quem foi nosso professor de matemática? Era o Sergio ainda? Dizem que ele se suicidou. O Sergio tinha cabelos grisalhos, embora não fosse ‘corôa’, e tinha olhos azuis.
Sim, me lembro dos bondes subindo a Fradique Coutinho muito bem. Minha família mudou-se para aquela casa da rua Simpatia em Dezembro de 1960. O bonde subia a Fradique e virava à direita na Aspicuelta até a Fidalga, e seguia até a Purpurina, onde era o ponto final. Dalí o bonde dobrava para a Fradique outra vez. Me dava um frio na barriga, quando eu tomava o bonde no ponto inicial, pois na virada para a Fradique tem um ‘buracão’ e parecia que o bonde ia despencar ladeira abaixo.
Não sabia que v. tinha morado na Inacio Pereira da Rocha. Eu passava alí diariamente para ir trabalhar na Theodoro Sampaio, 2112; comecei a trabalhar no Laboratorio Universal em Julho de 1961. Já está muito longo...Um abração a você, carissimo, Lu.
Oi Lú :
Surgiu algumas dúvidas com relação a mucusless diet. Noto que quando como frutas o dia inteiro, principalmente no frio (Curitiba tem o tempo mais doido que Sampa) o corpo não aquece, como se resolve este problema?
Fiquei contente com a noticia principalmente que o Paulo Cesar está bem, gostava muito dele, tinha um carinho especial por aquele jeito inocente e singelo dele agir, fiquei gratificado por saber que as coisas deram certo na vida.
Parabéns, então consegue tocar um violão e músicas sem necessidade de acompanhamento de terceiros, isto que é progresso, o Edipo Ralé surgiu triunfante?
Me lembro que muitas vezes vc. ficava puto da cara, quando eu ou o Osvaldo ou o Gabriel não te acompanhava em alguma música que vc. queria cantar. Agora você tá lixando para a galera !!! Mas duvido que vc. toque ‘Questro nostro amore’ aquela introdução em Sol +
Me lembrei desta música, porque na época do 'La Zanzara', você quase nos enlouquecia de tanto escutar... faltando pouquissimos milimetros para furar o vinil.
Não sabia que vc. tinha viajado tanto, quase rodeou o mundo, mas não se achou em parte alguma ? Você é o legitimo Nowhere Man?
Acho que canceriano não consegue viajar tanto, ele é mais plugado a um lugar. 'Tou indo, me responda minhas dúvidas, Ok ? Abraços, Paulo Tyba
Jesus Christ... v. se lembra de ‘Questo nostro amore’? Tinha uma abertura bonita, mas o resto da musica era bem previsível. Eu descobri que aquela abertura é com guitarra de 12 cordas, por isso que ficava bonito. Hoje eu acho a musica meio irritante, a não ser a primeira parte.
Luv, Lu.
Oi Paulo, 4 October 2008.
Vou adicionar no Orkut e você entra na pagina do Bino, que é um cara legal. Ele estava quase para entrar nessa cirurgia de ponte de safena. Não sei o que se passou que o impediu de tal, e daí ele achou uma alternativa menos entrusiva. Ele é amigo do Risonho (ex-Clevers), que tem diabetis desde os 27 anos de idade.
Fico contente de saber que você ainda tem seus dois rins. Mesmo defectivos, estão aí. Você não se referiu ao tipo de alimentação que v. consome.
Minha Mãe morreu dia 13 de Fevereiro de 2006. Ela estava com 87 anos. Foi muito triste. A falta dela é sentida diariamente.
Meu Pai morreu com 63 anos. Coitado, o organismo não agüentou. Na verdade ele tinha salvação, mas teria que ter mudado totalmente seu modo de vida, o que era muito dificil. Ele morreu envenenado, pois trabalhava com raio X na Clinica de Fraturas, que envenena o corpo paulatinamente. Sempre trabalhou com cola-de-sapateiro... outra forma de envenenamento gradual. Isso sem contar o pó das lixadeiras de couro. O couro é curtido com mil venenos... e aquele pozinho vai se depositando nos pulmões. O resultado geral não é muito difícil de se antever. Chega de venenos por hoje. Abração, Lu.
Lú : 14 October 2008.
Vc. falou de Karma. Não te falei mas é no que acredito. Em 3 de Maio de 1976 me converti ao Budismo. O budismo é argumentado no karma; tudo principia e termina no Karma. Quero te deixar claro o seguinte. Continuo meio incrédulo com relação a dogmas e toda filosofia religiosa tem seus dogmas. O que aderi no budismo é a realização das tarefas como ser humano.
Procuro seguir os preceitos, tipo não praticar o mal, tentar realizar o maior número de adventos favoráveis para a criação de um bom karma, assim por diante. Quanto aos dogmas, procuro não pensar tipo o que ocorre na morte. Cada religião vai te dar explicações, algumas de uma inverossimilhança assustadora, outras nem tanto, mas neste tipo de quesito me mantenho meio que neutro, nem creio nem duvido. O que importa para mim dentro do conceito religioso, é o que pode a religião me acrescentar e fornecer energia positiva para meus semelhantes. Chega de falar a respeito de religião.
Fiquei muito contente com o desfecho com a Maria Lúcia. Sou partidário do reatamento de quaisquer relação; da tentativa de sintonia entre as pessoas. Pode ser que em dado momento a gente não consiga sintonizar o pensamento de outra pessoa e saia a maior "rebordosa", no entanto, passado algum tempo, acho que se temos uma história com esta pessoa devemos tentar "re-sintonizar", para que mágoas não perdurem. A vida é muito curta para "picuinhas". Dentro em breve todos nós estaremos numa condição de vida em que não haverá condição para resolver, então mãos à obra, vamos tentar resolver as pequenas diferenças enquanto há tempo.
Fiquei muito contente com o desfecho com a Maria Lúcia. Sou partidário do reatamento de quaisquer relação; da tentativa de sintonia entre as pessoas. Pode ser que em dado momento a gente não consiga sintonizar o pensamento de outra pessoa e saia a maior "rebordosa", no entanto, passado algum tempo, acho que se temos uma história com esta pessoa devemos tentar "re-sintonizar", para que mágoas não perdurem. A vida é muito curta para "picuinhas". Dentro em breve todos nós estaremos numa condição de vida em que não haverá condição para resolver, então mãos à obra, vamos tentar resolver as pequenas diferenças enquanto há tempo.
Não va dar risada, não. Parece frase de auto-ajuda, né!!!! Mas muito legal a história da Maria Lúcia. Afinal vocês partilharam quase uma vida em conjunto, por isso fico muito contente.
O nome de meu pai era Taqueo Tyba - Mariano Taqueo Tyba, quando adotou um nome cristão na ocasião de seu batismo, nasceu em 4 março 1903 e faleceu em 23 de julho de 1956.
Minha mãe chamava-se Masako Omaki Tyba, nasceu em 27 março 1927 e faleceu em 26 de outubro de 1987.
Keiko Wakamatsu era nome artistico, o nome verdadeiro dela é Noriko Omaki (Omaki é o sobrenome de solteira de mamãe).
Algumas semanas antes do aparecimento deste ciclo de doença, gravei num estúdio caseiro esta música, veja se vc. consegue baixar e ouvir. Mas leve em conta: È uma gravação "demo", a música é minha, e quem canta é minha amiga Juliana Laredo. Aliás, todas as músicas que andei gravando a nível profissional ou amador forma com vozes "emprestadas". Depois de velho compreendi que meu negócio não é cantar, é compor, tocar e fazer arranjos. Minha outra amiga, a Michelle, me disse que na verdade é falta de treinamento, mas acho que deveria de ter começado mais cedo.
A letra desta música, "Essências", também não é definitiva. Tento trabalhar a la Beatles, por exemplo, ‘Get Back’ era ‘No Pakistanis’ no demo, ‘Jeaulous guy’ era ‘Child of Nature’. É só uma curiosida que tou te mostrando. Depois me dê sua opinião, mas não seja implacável !!!
Abraço, Paulo Tyba
* 04 Mar 1903
+ 23 Jul 1956
Masako Omaki Tyba
* 27 Mar 1927
+ 26 Oct 1987
Suponho que Takeo & Masako tenham se casado em 1949. Takeo, com 46 anos e Masako, com 22 anos.
Masako nasceu no Japão em 1927 e chegou ao Brasil em 1932, com 5 anos de idade. Você diz que ela era a filha mais velha de uma familia com 9 irmãos. V. diz que sua Mãe ajudou a criar todos os irmãos.
Filha mais velha de imigrantes japoneses. Vieram para o Brasil em 1932. Minha avó e nove filhos; meu avô não pode sair do Japão devido a sua alta patente militar (General), e todos deviam respeito ao Imperador de forma que, uma tentativa de evasão para outros países era considerado traição, com possibilidade de condenação a morte. No Japão daquela época, quem era considerado traidor, todos os familiares até uma determinada geração eram estigmatizados e condenados. Desta forma, vieram minha avó e 9 filhos. Tiveram uma vida dificilima e trabalhosa como colonos. Plantaram de café a chá, de algodão a soja e por assim diante.
O encargo de minha mãe, como a irmã mais velha foi desolador. Ajudou a criar todos os irmãos, inclusive se minha tia Keiko teve uma carreira de coreógrafa e professora foi porque minha mãe sacrificou-se até chegar aos 33, 34 anos.
Meu pai foi o primeiro namorado de minha mãe. E minha mãe, apaixonada como uma adolescente casou-se com meu pai (meu pai já vinha de 4 relacionamentos fracassados), e viveram 6 anos de romance cinematográfico.
Lúigi : 29 December 2008.
Continuando com a lista :
7º ‘Blowin in the wind’ – Peter, Paul & Mary. Talvez comum; hoje em dia soe até meio que brega; no entanto para nossa geração, emblemática e definitiva. Traz o clima hippie apoteótico e profético da nossa geração. Quem da nossa geração não participou daquelas famosas rodas de violão tão comuns em nossa juventude regadas à álcool e cannabis? E em dado momento, o violonista canta acompanhado por um séquito entusiasmado composto invariavelmente pela ala dos desafinados e atravessados, e se Deus permitisse, havia alguma voz que segurava toda onda. E inefavelmente em nenhuma das vezes alguém sabia a totalidade da letra, a poesia de Dylan era extensa demais. Mas tinha a propriedade de unir as pessoas naquele instante único de comunhão. Eu mesmo já toquei para diversas plateias, tendo esta ode de Mr. Zimmerman como trilha-sonora de uma saudosa época, onde nossa inocência parecia brotar em pura efervecência. A versão mais sensibilizante para mim é de Peter &Paul and Mary, primando pela simplicidade, ao mesmo tempo que esbanjam a categoria em 3 soberbas vozes cantando apocalipticamente o destino de nossa humanidade.
7º ‘Blowin in the wind’ – Peter, Paul & Mary. Talvez comum; hoje em dia soe até meio que brega; no entanto para nossa geração, emblemática e definitiva. Traz o clima hippie apoteótico e profético da nossa geração. Quem da nossa geração não participou daquelas famosas rodas de violão tão comuns em nossa juventude regadas à álcool e cannabis? E em dado momento, o violonista canta acompanhado por um séquito entusiasmado composto invariavelmente pela ala dos desafinados e atravessados, e se Deus permitisse, havia alguma voz que segurava toda onda. E inefavelmente em nenhuma das vezes alguém sabia a totalidade da letra, a poesia de Dylan era extensa demais. Mas tinha a propriedade de unir as pessoas naquele instante único de comunhão. Eu mesmo já toquei para diversas plateias, tendo esta ode de Mr. Zimmerman como trilha-sonora de uma saudosa época, onde nossa inocência parecia brotar em pura efervecência. A versão mais sensibilizante para mim é de Peter &Paul and Mary, primando pela simplicidade, ao mesmo tempo que esbanjam a categoria em 3 soberbas vozes cantando apocalipticamente o destino de nossa humanidade.
6º ‘I’m having a good time’ - Alberta Hunter. Exemplo da injustiça musical sempre presente na nossa sociedade. Por anos abandonou sua brilhante carreira musical para se dedicar a enfermagem. Esquecida hoje por grande parte dos críticos, no entanto revela o brilhantismo, o clima dos anos 20, o beginning que deveria de ser recordado por todos que curtem o blues. Esta é uma melhores canções, com atmosfera, clima e sensibilidadce.
5º ‘God only knows’ - The Beach Boys. Creio a maior injustiça musical que tenho noticia. Quando apontei o Top 10 dos Beatles, vc. mencionou o fato de ‘Sgt. Peppers’, aclamado pela critica, sequer fazer parte da minha lista. O motivo está aqui. Na verdade, o álbum ‘Pet sounds’ é a energia condutora do ‘Sgt. Peppers’, admitido inclusive pelo Macca. Excelente álbum, se considerarmos que foi escrito em 1966, um ano antes do LP aclamado dos Fabs. Minha favorita é ‘God only knows’, condutora de muitas canções a seguir que deflagaram definitivamente o cenário musical a partir de 67 com o cultuadissimo ‘Sgt. Peppers’. Injustiça, esquecido os papas da ‘surfin music’, fizeram um trabalho excelente e poucas pessoas sabem da existência de um trabalho deste calibre. O que significa que muitas vezes o que aparenta ser não é o resultado final.
4º ‘An American in Paris’ - Ira and Gerorge Gershwin, com Gene Kelly. Cresci ouvindo a trilha-sonora do filme, graças a escola de ballet de minha tia. Inevitável; não tem como deixar os irmãos Gershwin fora de uma lista americana de melhores músicas. São tantas obras, mas fico com ‘An American’, por trazer recordações infantis nostálgicas; reproduz o clima das grandes produções cinematográficas sem a necessidade de “efeitos especiais”, típicos da nossa época, e que, por muitas vezes, me afligem, já que são camufladoras de um bom roteiro. Desta trilha-sonora, a minha preferida é ‘An American in Paris’, que dá titulo ao musical, embora instrumental, poderosa; é afrodisíaca a coreografia de Mr. Kelly com Leslie Caron, que é tremendamente erótica.
Vou ficando por aqui, aguarde, por favor as 3 restantes da minha lista.
Quanto ao Elvis Costello, chegou a gravar duas faixas com o Macca, no LP ‘Flowers in Dirty’, de 89: ‘You want her too’ e ‘Distractions’, músicas que compôs em parceria. Gosto do Elvis Costello; é um grande músico também; sabe tocar muito, principalmente jazz.
Abraços, Paulo
P.S.: Estive vendo ‘A hard day’s night’ neste domingo, e notei uma curiosidade, o ator Wifrid Brambell, que faz o papel de avô do Paul no filme, tem, dependendo do ângulo, o mesmo olhar de Dona Yolanda, sua mãe.
Dearest Paulo - 29 December 2008.
oi Paulo,
Estou gostando de seu Top 10... eu gosto desse tipo de ‘resenha’, pois dá para se olhar o passado de uma forma mais ‘compacta’. Gostei das explicações sobre ‘Blowing in the wind’... tb. acho a gravação de P,P&M a melhor.
Sempre gostei dos Beach Boys, embora não tenha acompanhado a carreira deles muito de perto. Eu sempre gostei dos compactos-simples da Odeon, tipo ‘Help me Rhonda’, ‘I get around’, embora eles não fizessem muito sucesso no Brasil, mas sempre entrava na Parada da Radio Nacional ou Bandeirantes nunca passando do 13º. lugar ou cercanias.
The Beach Boys vendiam pouquinho aqui... mas eu, que era fanático por Parada, acabava conhecendo os compactos e gostando. Qunado eles lançaram ‘Sloop John B’ eu achei o máximo; gostava das suas harmonias, muito lindas; mas ficavam 2 ou 3 semanas na Parada apenas. Abração, Lu.
Luigi :
Estava com visitas em casa, pessoal de Porto Alegre; a gauchada veio ver como me encontrava, razão pela qual demorei a escrever.
Sua resposta era o que esperava de você. Nem mais nem menos; são mais ou menos conclusões assemelhadas com as minhas. No entanto, destas experiencias tirei algumas conclusões. Quando me ocorreu estes fatos, parece que de alguma forma eu não era eu, em alguns minutos me recordo que minhas ações embora realizadas de forma consciente era como se tivesse invadido por um breve momento uma dimensão alheia a minha, o meu espaço não era meu espaço.
A definição mais proxima que encontro para poder explicar este deslocamento é de Carlos Castañeda, embora Castañeda seja da escola de Paulo Coelho, escritor que usa o esoterismo para o "enchismo" do bolso a custa da utilização de dogmas paranormais.
Em vários livros, Castañeda refere-se inclusive a exercicios de prática de "incongruência" para atrair os augúrios. Esta é a base do xamanismo, além da utilização de drogas naturais como o peyote, ayahuasca, daturas etc. No meu caso parece que em dado momento atrai os augurios desafortunados de pessoas desesperadas. E como não estou preparado para estes tipos de ações fiquei até hoje meio que deslocado destes acontecimentos; não "digeri" bem estes augurios; me soaram logicamente como um non-sense total.
Só não entendo porque eu? Se fosse tão somente ondas emitidas por pessoas desesperadas pelo trágico momento, imagine, quantas pessoas no planeta naquele mesmo momento não estariam também "partindo" de forma trágica? Por que justamente eu? Se nem os conhecia direito? Se um conhecia de cumprimentar, outro só pelo telefone? Não consegui entender esta parte. Por que?
Também não entendi quando você diz: ‘Aliás, se eu fiz alguma ‘grande cagada’ na minha vida, foi justamente ter sido tão Materialista ao ponto de negar tudo, inclusive os Benefícios que eu poderia ter recebido do ‘Out-there’ se eu não tivesse sido tão ‘blind’ (cético).
Disso eu já me redimí há muito tempo. Mas o perdido já foi perdido. Não consegui captar. Me explique por favor. Vou indo por hoje. Forte e grande abraço, Paulo.